“Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.” (Genesis 3.11-13)
A prática da dissimulação é mais antiga que nós pensamos. Lembre-se que nossos avós utilizaram esta tática há milhares de anos. É o orgulho agindo no flagrante delito. Eu explico. Como vimos, o orgulhoso (crente) faz de tudo para demonstrar uma aparência de santidade, mesmo levando uma vida miserável de pecado. Sua preocupação não é esforçar-se para manter sempre uma “consciência pura diante de Deus e dos homens” (At 24.16), mas sim esforçar-se para não ser pego e ter sua autoimagem maculada.
Dissimular significa não deixar aparecer; encobrir, fazer parecer diferente; disfarçar; fingir, exatamente como Adão e Eva fizeram, como seu filho Caim fez (Gn 4.9) e como nós fazemos hoje em dia quando somos confrontados.
Nosso orgulho não admite o arrependimento e a confissão e impede que se admita a falha mesmo quando o pecado é evidente. Nosso orgulho só permite o arrependimento quando o pecado é descoberto. Nosso orgulho é desrespeitoso e resiste à autoridade até o fim!
Uma evidência deste orgulho é detestar que os outros lhe questionem ou confrontem. Podem até dizer que se trata de um problema de submissão, mas, na realidade, o que temos é um problema de orgulho que está se revelando em falta de submissão.
Romanos 13.4 diz que “as autoridades são ministros de Deus para nosso bem” (leia Rm 13.1-5 e I Pe 2.13-17), por isso devemos ser alegremente submissos e obedientes àqueles que estão em posição de autoridade. A pessoa humilde é, antes de tudo, obediente a Deus e, consequentemente, às autoridades constituídas sobre ele (quando íntegras e justas) principalmente em uma situação de confrontação ou exortação pelo pecado. Genuinamente arrependidas de um pecado, o abandonam. Existem três maneiras de vencer o orgulho nesta situação, e devem ser tomadas preferencialmente em conjunto:
1. Humilhe-se. Em Tiago 4.6 lemos que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Reconheça e confesse a Deus os seus pecados, sobretudo o orgulho. Coloque-se diariamente diante dEle em oração confiante da sua misericórdia.
2. Peça a Deus por um espírito de humildade e gratidão. Leia Filipenses 2.3-11 e faça deste exemplo o seu estilo de vida. Entenda que sem a graça de Deus, nunca iremos nos desvencilhar de nossas ilusões. Peça a Deus para quebrar o seu orgulho e vaidade com o que for preciso: confronto, doença, perdas, ou até humilhação… É muito difícil pedir estas coisas, principalmente quando vivemos num meio que prega: “Deus está aí só para nos proporcionar prazer, saúde e prosperidade.”
3. Seja grato a toda e qualquer pessoa. Sejam autoridades (políticas, militares, eclesiásticas), sejam irmãos ou até mesmo aqueles que nos servem (o frentista, o caixa, a faxineira). Trate a todos igualmente com respeito, procurando amá-los e respeitá-los sempre. Porém, trate de modo especial aquelas pessoas que Deus coloca na nossa vida para nossa edificação.
É notório como alguns crentes podem sentir-se desconfortáveis ou até mesmo ficar ofendidos com estas coisas, porém, quanto mais elas nos ofenderem, é sinal de que mais orgulho abrigamos em nossos corações.
Reflita:
Abrigo “pecados de estimação” nos recônditos do meu coração? Qual seria minha atitude diante de uma confrontação? Reconheço autoridade em meus pastores e líderes como dadas por Deus?
Ore:
Senhor, não permita que meu orgulho predomine diante de uma confrontação. Dê-me humildade para reconhecer os agentes que o Senhor coloca em minha vida para o meu aperfeiçoamento.
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