Eu ainda era um adolescente quando a igreja de Cristo serviu como instrumento de Deus para minha salvação. Eu precisava ser resgatado de mim mesmo e amigos da minha idade, que já tinham ouvido, compreendido e aceitado o evangelho, ajudaram-me nesse processo: a solução não era olhar para dentro de mim, mas para cima, para Cristo. Não se enganem, mudar meu foco de mim mesmo para Deus não aconteceu da noite para o dia e meu auxílio, mais do que vindo de um ou dois jovens irmãos, veio da igreja do Senhor Jesus.
Apesar da maturidade, esses adolescentes tinham algo fundamental no resgate da minha alma: eles tinham o Espírito Santo. Não é por menos que ao lado deles eu sentia minha religiosidade como um trapo. Minha reza era fria, enquanto a oração deles era autêntica e real; meu apego à Lei era cerimonial, mas o relacionamento deles com Deus era vivo e pessoal; minha preocupação ainda estava demasiadamente centrada em mim mesmo, enquanto alguns deles notoriamente me apresentavam um amor ao próximo que eu desejava e posteriormente entendi: sem conhecer a Deus é impossível amar. Amor de verdade, amor de quem entrega seu único filho, amor de quem voluntariamente toma o seu lugar para receber o seu castigo. Esses adolescentes tinham o presente divino que capacitava a missão de me cativar e me resgatar. Eles fizeram isso como igreja do Senhor Jesus.
O gatilho da minha conversão foi justamente considerar o meu conhecimento sobre Deus. Eu fui positivamente cutucado a pensar sobre quem eu chamava de Jesus. Eu sabia quem ele verdadeiramente era? Como eu podia dizer que cria nele, mas não cria na palavra dele? Por que, depois de questionado sobre minha salvação, eu parecia estar tão longe da verdade e consequentemente do caminho e da vida? Foram aproximadamente três anos entre eu ouvir o evangelho pela primeira vez e o dia que entendo ser quando a graça salvadora de Deus me abraçou. Todo esse investimento na minha vida foi feito pela igreja do Senhor Jesus; aleluia!
Desde esse dia, quando entendi e cri no evangelho, eu me encontro do mesmo lado em que se encontravam aqueles adolescentes e eternos irmãos: executando a missão que Cristo deixou para a igreja, servindo como um veículo de anunciação da morte e ressurreição de Jesus – o evangelho – para que todo aquele que nele crer, não morra, mas tenha a vida eterna e se junte a tantos outros que compõem a igreja. Ou seja, a igreja me buscou para que eu fosse parte da igreja e, assim, enquanto igreja, eu pudesse buscar outros para que também se tornassem igreja. Entendeu?
Hoje, quando eu penso na tarefa da igreja em fazer discípulos de todas as nações (Mt 28) e testemunhar até os confins da terra (At 1), percebo que tanto o meio quanto o fim da nossa missão está diretamente relacionado com a igreja, mais especificamente com o plantio de igrejas. Ela é o organismo incomparável, saudável e sustentável criado por Deus para que a obra que um dia conheci e confiei – e hoje eu semeio e rego – ecoe entre todas as tribos, povos e raças, para honra e glória do único Senhor e Salvador, Jesus.
Você já havia pensado nisso? Escuto como se fosse um ditado que nós somos filhos da nossa geração, e eu tendo a concordar. Isso me faz pensar que não é natural olharmos para a significância da igreja tal como ela aparece nas Escrituras. A grande comissão não é uma convocação de onze homens para espalhar um segredo. Ela é um chamado para a igreja agir até que o Senhor Jesus Cristo retorne.
Portanto, se você é parte dessa igreja, eu lhe convido a voltar seus olhos para as Escrituras e, comigo, perceber o destaque que a igreja tem em divulgar essa notícia que um dia eu ouvi de adolescentes, para depois ser discipulado por um jovem, preparado por um pastor, formado por mestres, mentoreado por um conselheiro bíblico e ordenado por diversos ministros da Palavra. Porque a igreja se envolveu com a minha vida, eu e minha família hoje nos envolvemos com a vida de centenas de pessoas para que elas também, como aconteceu conosco, reconheçam que não há salvação em nenhum outro nome debaixo do céu, em toda a humanidade, por meio do qual devamos ser salvos e nos tornarmos igreja para plantarmos igreja: Jesus Cristo.
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